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A indústria de máquinas e equipamentos brasileira teve, em setembro, crescimento de 11,2% ante setembro de 2024, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira, 29, pela Abimaq, a entidade que representa o setor. Esse resultado foi alcançado apesar do tarifaço de 50% imposto pelo governo de Donald Trump a produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos.

A entidade revisou de 5% para 7,6% a previsão ao crescimento das vendas do setor neste ano, apesar do impacto das tarifas americanas e dos juros elevados brasileiros. Os investimentos em bens de capital estão em alta no País, puxados por produtores agrícolas, na esteira do recorde da safra de grãos, e pelas fábricas de bens de consumo, que se beneficiam do aumento do poder de compra das famílias com o desemprego na mínima histórica.

A receita líquida em setembro foi de R$ 27,2 bilhões, uma alta de 2% na comparação com agosto. Conforme a Abimaq, o resultado reflete a alta nos investimentos em bens de capital no País, o que, com embarques a outros destinos, compensou as perdas no mercado americano, onde o setor é um dos mais afetados pelas tarifas.

A queda nas exportações aos Estados Unidos em setembro foi de 13,1%, na comparação com o mesmo mês de 2024. No ano, o recuo de 8,2% das vendas aos EUA e de 2,2% nos preços médios das máquinas no mercado internacional foram anulados pelos aumentos tanto do volume físico exportado (+2,8%) quanto dos embarques a outros destinos (+3,3%).

Na apresentação dos dados à imprensa, Leonardo Gatto Silva, coordenador do departamento de economia e estatísticas da Abimaq, explicou que o tarifaço não levou a uma interrupção completa das exportações ao mercado americano. Isso porque muitos exportadores estão cumprindo contratos, absorvendo as novas tarifas de 50% ou as dividindo com os importadores.

Se as vendas aos EUA tivessem sido zeradas, pontuou o coordenador de estatísticas da Abimaq, as exportações poderiam terminar o ano em queda de 15%. Ele ponderou, no entanto, que o impacto pode ser maior se o tarifaço se estender.

Houve em setembro aumento de 18,2%, no comparativo anual, da receita com vendas domésticas, enquanto as exportações, diante do tarifaço de Trump, subiram apenas 1,8%, em dólares, somando US$ 1,3 bilhão. Na conversão para reais, as exportações tiveram queda de 4,7%, somando R$ 7,1 bilhões.

As exportações para os EUA

Desde janeiro do ano passado, a participação dos Estados Unidos nas exportações de máquinas e equipamentos produzidos no Brasil caiu de 31% para 21%.

Na margem – ou seja, ante agosto, quando as tarifas já tinham sido elevadas -, a queda foi de 10%. As maiores quedas, de agosto para setembro, foram registradas nos embarques de componentes (-28,9%), máquinas para agricultura (-20,6%) e máquinas para a indústria de transformação (-18,5%).